Uma preocupação imediata dos Ofayé, como das demais comunidades, é com o perigo do contágio pela COVID-19. O estar na aldeia não é garantia de isolamento pois, diante das condições não adequadas de autossubsistência essas comunidades no geral dependem da relação direta com a cidade ou por intermédio de agentes públicos. Mesmo para as comunidades mais isoladas, como na floresta amazônica, o avanço do desmatamento e do garimpo coloca o risco de contágio. No MS as aldeias são próximas das cidades, tendo o caso da Jaguapirú e Bororo que é praticamente periferia de Dourados.
Para os Ofayé, semelhante a outros povos, as pautas que têm mobilizado a comunidade é a defesa da saúde e educação indígena, bem como a demarcação do território. O movimento indígena aproveita a data de 19 de abril para comemorar e divulgar essas pautas, todavia em vista da pandemia não houve festa nem mobilização de rua, mas nas redes sociais as lideranças estão dando o recado.
Por fim, instigado a falar de sua recente experiência como aluno de História e das expectativas de um graduando indígena, Silvano salienta que espera conhecer um mundo novo e que não considera o conhecimento fora da aldeia mais importante que os conhecimentos tradicionais, mas um conhecimento que vem somar na luta de seu povo. Os dois conhecimentos, juntos, podem ser ferramentas para a luta.